Ao que parece o nosso
bom Munia é "freguês" da área de segurança
das lojas de departamentos. Esta história também aconteceu de fato:
Na época do antigo NPD (Núcleo de Processamento de Dados) no antigo
CESEC Santo Amaro, era comum o hábito de fazer uma caminhada ao Carrefour
após o almoço para "fazer a digestão", e lá
está nosso herói passeando pelas gôndolas daquele supermercado,
quando um segurança, não se sabe por qual motivo cismou que nosso
amigo havia se apoderado de um par de sapatos à venda, e para comprovar
o delito, esse segurança apresentou um tênis velho encontrado num
canto próximo, que ele haveria abandonado. E embora nosso desesperado Munia
argumentasse que o tênis velho fosse muito maior que o seu pé, e
que o sapato que estava usando era idêntico aos vendidos pois ele os havia
comprado no dia anterior naquela mesma loja, não conseguiu convencer os
responsáveis pela loja, convencidos pela forma incisiva que o segurança
o acusava, lá foram todos para a delegacia de policia, e para não
estragar a "prova" novinha, nosso apavorado colega foi apenas de meias
pela rua (se não me engano numa viatura policial, a memória falha
agora), e os sapatos nas mãos das "autoridades".
Em lá
chegando, suplicou para que o Carlini fosse até o seu apartamento procurar
a nota fiscal do sapato, que por sorte ele havia conservado, para provar sua inocência,
já se imaginando no "pau de arara".
Por sorte, a nota foi
encontrada e ele assim pode provar que era um bom rapaz, e que havia comprado
o produto que o acusavam de haver roubado.
E, fora o susto, tudo terminou
bem, com o Munia voltando para o NPD para trabalhar, devidamente calçado
(mas com as meias furadas).
Gomes 18/6/2004
34-6444 CEPDA
Este era o número do telefone do escritório no BB, e nosso setor tinha este nome...“Cepda”.
Na época eu estava com 15 anos e tenho muitas lembranças dos amigos e de situações que não poderiam ser esquecidas e gostaria de poder deixar registradas aqui nessa oportunidade única .
Fora a brincadeira da caixa de eletricidade em pó que tive que buscar no sexto andar ( tratava-se de uma caixa de formulário ) e carregá-la pelas escadas até o oitavo, também fui vítima de ter que “caçar “por uma máquina de escrever em inglês. A coisa culminou quando fui procurá-la com o Sr. Plínio que sem perder tempo com explicações disse que não tinhna a dita máquina ...
Mas pegadinhas a parte, a equipe sempre foi muito bem-humorada e coisas que faziam parte do cotidiano chegava a me chamar a atenção como as reuniões marcadas pelo Sr. Odair onde muitos dos participantes entravam de óculos escuro ( por que será ?...rs ) munidos de revistas e livros ...( será que eram parte da reunião ? ) ...rs
Lembro também do prédio Martinelli que ficava em frente na São João, quem passava lá embaixo era bombardeado por objetos sólidos e líquidos de procedências suspeitas....rs
Certo dia houve um foco de incêndio no Martinelli ( nada sério ) , mas lembro que algumas das senhoritas que ficavam nas janelas do próprio prédio observando a ação dos bombeiros , estavam sem a parte superior da roupa e eu, logicamente, adorei o espetáculo.
Em nosso andar havia dois compudadores Bull Gamma 30 e anexo tinha um equipamento ( na época de última geração ) e este equipamento possuia uma haste que em dias de chuva o pessoal usada para pendurar os guarda-chuvas.
Um verdadeiro paradoxo, tanta tecnologia e usado como suporte de guarda-chuva...rs .
O que teria dito o dono do projeto do equipamento se tivesse visto aquilo ?...rs
Outro momento foi quando coloquei em uma cadeira com rodinhas uma caixa de cartões perfurados que teria que ser levado para a Dna. Estrela . Coloquei tudo no monta-carga ( um elevadorzinho que ia até a perfuração ). No caminho a rodinha deslizou e destruiu toda a cadeira e os cartões foram parar no fosso.
No dia seguinte o Roberto Yamada me mostrou uma plaquinha metálica ( ativo-fixo ) da cadeira e disse : Essa foi a única parte da cadeira que ficou inteira ! ...rs
Lembro bem do Angotti que para falar mexia os braços mais que um nadador olímpico.
Certo dia o Carlini resolveu segurar seus braços enquanto falava . O Angotti parou de falar no mesmo instante. Ficou mudo !
E o Nelson Viarti ! Quando ele tinha que anotar algo para ser transcrito depois , o rascunho dele era de um esmero sem igual .Tinha margem, sublinhado em vermelho , com letras pequenas .....uma verdadeira obra de arte.......Eu adoraria ver como ficava quando passava a limpo. Será que ficava melhor que o rascunho ? Se ficava melhor, deveria ser colocado em um quadro e exibido na pinacoteca....rs .
Havia um colega nosso, o Sérgio Iglésias que ficava na sala do D'Elboux ,ele adorava cantar ópera. De tempo em tempo era uma cantoria que se ouvia de longe.Eu , que ficava ao lado da sala do Sr. Odair e do Sr. Fabiano ouvia perfeitamente, certamente eles também o escutavam . E o Sérgio não poupava a voz. Ainda bem que era afinado ....rs
O Brunoro deixava seu carro estacionado em um estacionamemto lá na Praça das Bandeiras e o cartão que era pendurado no retrovisor só vinha registrado o dia , o mês e o horário mas não o ano, pois o Brunoro tinha a paciência de colecionar todos os cartões para usá-los no ano seguinte e tentar não pagar o estacionamento.......durou pouco ....rs
Todos os setores eram ( ou são ) nomeados por 5 letras ( o nosso CEPDA ) , o Funcionalismo ( FUNCI ) , e certo dia fui procurar o Sr. Moises que não se encontrava em sua mesa , perguntei para o Carlini onde ele estaria e fui informado que estava no GASAN ........., foi só então que descobri que departamento era aquele.........gabinete sanitário .....
Não poderia esquecer do Grande Gilberto Esgalha , adorava contar que havia nascido em uma cidade chamada Avai sem h ( até hoje não sei onde fica ) e nos contava com todo orgulho ( o que era de direito ) que quando jovem colhia algodão na roça .
O Grande Esgalha tornou-se Juiz e foi para uma cidade chadada Ourinhos. Certa vez veio nos visitar e disse que havia muitos convites para encontros das pessoas da alta sociedade da região e que, em um desses encontros, uma certa senhora veio perguntar-lhe se ele tingia seu bigode, ele ( sempre bem-humorado) disse que sim, pintava o bigode de preto e que depois escolhia alguns fios e os pintava de branco para ficar grisalho......rs
Pouco conheci o Luis Francisco( ele trabalhava de madrugada ) e certo dia ele apareceu no escritorio durante nosso expediente , havia estacionado sua moto nas imediações, tirado o capacete , porém, havia ficado com o capuz que só mostrava os olhos e entrou no banco . Conclusão : Foi detido pelos seguranças que por pouco não chamaram a polícia .
Lembro da Dona Geni , a moça do carrinho de café que por onde passava tinha que suportar uma enxurrada de brincadeiras, ela ,sempre muito gentil e sorridente , adorava seu trabalho.
Bem, essas são algumas das lembranças que levei, mas o mais importante foi ter tido a oportunidade de conhecer pessoas do mais elevado nível que em muito contribuiram para a minha formação como pessoa.
Depois que saí do banco fiz faculdade de química, hoje estou com 47 anos, sou pai de 3 garotos mais 2 enteados , trabalho em uma multi alemã e estou muito feliz em poder reencontrá-los.
A todos os colegas do Banco, um forte abraço , muita saúde e paz.
Rogério Stanzione
27/12/2005
Caro Delboux.
Idos de 65/66. Após cumprir, sob auspícios da Gloriosa, um périplo interestadual (Paranavaí(PR) - Cacex (SP) - São Francisco(MG), desembarquei no Mecan (SP). Penso que vizinhei, assessorando, esse pessoal do Cepda. Meu cantinho era meio isolado, junto a um balcãozinho a que se tinha acesso pela portaria da São Bento.
Situado? Bem, ali, sob a regência do grande Geraldo de Barros, ocupei lugar de destaque e relevancia naquela afinada, conquanto barulhenta, orquestra que era o Mecan. Incialmente, com a ajuda do Werner Carlos Paulo Heimpell, destacava extratos de pilhas e mais pilhas de relatórios gerados pelo Cepda. Depois Geraldo, reconhecido pelo meu trabalho, atribuiu-me funções da maior relevância , seja a impressão, em chapinhas metálicas, de letrinhas em relêvo para endereçamento dos ditos cujos. Era uma equipe da pesada: Geraldo (Artista plástico consagrado no 4º Centenário de SP e industrial diletante - Móveis Hobjeto), Werner Carlos Paulo Heimpel - numismata emérito e industrial ocasional - Leite Glória/Leite Vigor, etc.) e mais alguns bancários ressentidos...Ah! e tinha a Neide...Puxa! ...a Neide - mecanógrafa competentissima.
Sabe, Delboux, fui muito feliz nessa época. Até que um dia de uma queda fui ao chão. Literalmente. Estripitosamente. Caí da cadeira, sobe aplausos generalizados e exclamações jubilosas dos enciumados circunstantes. Foi o fim...Perdi o tom. Me "avexei". Botei a viola no saco e fui cantar em outra freguesia.
E tudo por culpa da competente mecanógrafa. Um dia eu conto. Claro, se não for abusar de sua paciência e se tal me permitirem os demais caminhantes dessa gostosa estrada da Saudade.
Tucum
29/12/2005
MEU CARRO, MEU AMOR
O Joel sempre foi muito considerado entre os 10 vice-pioneiros da era de processamento de dados no BB. Meticuloso como nunca vi outro até hoje, Capaz de desenvolver um programa de 8.000 cartões (iguais aqueles do início da loteria esportiva), colocar no computador, compilar, executar (nem digo testar) e funcionar sem um cisco de inconsistência.
Eu era e sou o outro extremo, colocava o programa para testar (veja que não disse executar) e o computador apontava dezenas de erros. Vale dizer que a despeito disso ambos aprontávamos junto o programa, como um casal feliz.
Apresentados os personagens, vamos à história.
Todo esse cuidado também era dedicado pelo Joel ao seu carro. Ele não ficava muito tempo com o carro. Claro que nós que o conhecíamos aguardávamos a hora em que ele dizia que queria vender a jóia. A oportunidade surgiu na creio que no fim da década de 60 ou início da de 70 (aos mais novos informo que naquela época já existia automóvel). Foi uma aquisição, um prêmio, um sorteio ganho, assim devo ter encarado na ocasião.
Falta dizer um pormenor. Morávamos no mesmo prédio na rua José Getúlio, no bairro da Aclimação em São Paulo. Logo privávamos da mesma garagem e freqüentemente lá nos encontrávamos.
Numa oportunidade chegávamos ao prédio e após estacionar o carro em foco na garagem, minha esposa ao sair empurrou a porta pela ponta para fechar naquele gesto característico e despreocupado de bater e se afastar.
Não notamos, porém que o Joel observava a cena bem de perto. Aproximou-se educadamente e ressaltou algum equívoco na forma de bater a porta. Disse ele demonstrando: “você deve empurrar a porta pelo centro de gravidade, pelo ponto de equilíbrio, para evitar problemas futuros e deve bater com suavidade”. Como disse toda a aula veio acompanhada de demonstração prática.
Veja que a história é perfeitamente coerente com o perfil dos personagens.
Autor: Jacques Leite de Godoy
HISTÓRIA DE AMOR IMPOSSÍVEL
Que um homem se apaixone por uma mulher e vice-versa é possível e corriqueiro. Mas um homem apaixonar-se por uma máquina até que acontece. A história que quero contar é de um bando de marmanjos, eu entre eles, que se apaixonaram por uma máquina, a mesma máquina. Aconteceu no século passado, na década de 60 ao final da era romântica. Está certo que foi o primeiro amor de todos por uma máquina e como estamos cansados de saber: o primeiro amor nunca se esquece. A máquina era lindona, não existia outra no Brasil, foi a primeira. Ainda hoje gostamos de dizer que foi o primeiro computador em nosso país, que os cariocas não nos ouçam, pois pode gerar ciúmes e conflitos. Suas façanhas contamos anteriormente e depositamos no site http://www.colegas-bb.com.br/ botão baú do proc. de dados coordenado pelo D´Elboux. Tanto enaltecemos os predicados do computador Gamma 30 que até a concorrência sabia de todos os pormenores e por certo causava alguma preocupação. Assim ganhamos uma segunda igualzinha, ou quase. Mas, sempre tem um “mas”, a tecnologia não para de evoluir e um dia teria que acontecer conosco fazendo-nos sofrer todo o medo do desconhecido que impusemos aos nossos usuários com a implantação da nova metodologia de serviço em substituição aos arcaicos métodos mecanizados. Não era justo, nada melhor havia do que o Gamma 30. Chegou como uma bomba. O BB comprou novo computador, o mais atual da série 360 e deveríamos freqüentar treinamento da nova máquina. O que fazer, vamos lá. Todos os apaixonados pelo Gamma 30 estavam lá sala de aula. O professor designado pela IBM era o melhor e até hoje creio que ainda é: Professor Álvaro Sala. Não muito à vontade começou a aula declarando saber de nossa paixão e que sabia que não existia máquina igual àquela que tanto amávamos. Aos poucos, naquele estilo de cursinho foi ganhando a turma e logo já éramos seus fãs. Depois deste curso o Professor Sala ministrou muitos outros para nossa turma e muitas outras que chegaram depois. Algum tempo depois, quando já estávamos bem íntimos o Professor Sala nos confessou que aquela primeira aula, apesar de sua grande experiência, foi um dos momentos mais difíceis que passou na sua carreira de mestre. Perdemos uma grande máquina e ganhamos um grande amigo e professor. Nunca mais nos apaixonamos por uma máquina, foi a primeira e única.
Autor: Jacques Leite de Godoy